dia que vem
dia que vai
me mostra alguém
a mim a trás
como eu
mostra quem sou
trapos de pano
que se rasgou
pisos em passos
faz rastejar
feridas machucadas
não podem sarar
mente clareia
o que eu não vi
mundo de loucos
no qual eu nasci
peço perdão
pelo que fiz
pois não fiz nada
mas sou infeliz
como eu
não posso negar
pois muito sofri
a aqui voltar
trago de novo
meus velhos lenções
em meio a loucos
escuto tua voz
tempos passados
que agora voltou
me volto a te
pois nada eu sou
preso voltei
a um mundo ficar
coisas ruins
volto a lembrar
vidraças, refletem
um céu azul
por baixo dos vidros
estou aqui nu
de nada adianta
tentar me esconder
nas ruas estive
para de fome morrer
gozei pela vida
a passar
passei pela vida
sem nada mostrar
de tudo vivi
pelo um tudo passei
creio que desse mundo
no outro descansarei
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